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Como as empresas podem sair da crise mais fortes



Esse texto traz aprendizados da mentoria coletiva, 100% remota, com Martin Escobari, Nico Szekasy e Shailesh Rao. Esse material faz parte de uma série de conteúdos lançados pela Endeavor para ajudar empreendedores a navegarem pela crise. 

Em tempos de grandes incertezas, nós sabemos de uma coisa: estar em uma rede de apoio faz toda diferença. Ainda mais quando nossa comunidade conta com grandes investidores e referências do empreendedorismo mundial. O painel “Como navegar em tempos turbulentos” contou com a participação de investidores e fundadores de grandes empresas: Martin Escobari é diretor geral da General Atlantic e foi co-fundador da Submarino.com, Nico Szekasy é co-fundador da Kaszek Ventures e Shailesh Rao é sócio da TPG Growth. 

Mediado por Linda Rottenberg, fundadora da Endeavor, e Allen Taylor, diretor geral do Endeavor Catalyst, nosso veículo de co-investimento para Empreendedores Endeavor, a conversa tratou dos principais desafios e as melhores práticas para as empresas saírem da crise mais fortes do que estavam antes.

Como se preparar para o futuro

Geralmente, os empreendedores são otimistas; os investidores pessimistas. Mas, nesse tipo de contexto, devemos ser realistas. São tempos difíceis e nunca vividos e, como fundadores, é preciso estar aberto para as decisões difíceis. 

A natureza da crise é de volatilidade, na qual cada dia é completamente diferente e, portanto, tudo se volta para o curto prazo. É um fato. Seu planejamento de 2020 não será mais o mesmo. Mas, ainda assim, não significa que você precise tomar decisões impensadas e desesperadas. A ansiedade não faz bem para a saúde do negócio – e nem para a sua.

Existem diversos cenários e possibilidades do que pode acontecer agora e, segundo Martin Escobari, os empreendedores podem cometer dois erros:

  • Não cortar gastos o suficiente – é preciso garantir caixa para 18 meses,  como se o negócio estivesse em coma por esse período.
  • Não entrar na defensiva cedo – os empreendedores obtêm sucesso por ignorarem os riscos, mas, nesta situação,  a mentalidade é outra: é preciso entender a dimensão do risco.

Não sabemos se a crise irá durar seis ou 12 meses, mas devemos ter em mente que vai passar, e no final terá uma série de oportunidades para os empreendedores. O foco está em garantir a sobrevivência neste período, já que depois teremos uma luz no fim do túnel, especialmente pra quem for rápido e tomar decisões ágeis e precisas. Ou seja, preservar 18 meses de caixa é construir um negócio de longo prazo.

É preciso internalizar onde você quer estar em 2030 e tomar as decisões agora.

Como engajar o seu time durante a crise

A melhor forma de engajar os colaboradores, neste momento, é com uma comunicação verdadeira e transparente, compartilhando a realidade e enfocando a missão e o propósito da empresa. Assim, você fará o seu time lembrar do porquê eles estão ali.

Além disso, é importante saber comemorar as vitórias, porque existem sim vitórias nesse cenário adverso

Como relacionar com investidores

A situação das empresas é muito diferente, temos aquelas em que a receita caiu drasticamente, que perdeu muitos clientes, outras estão conseguindo sobreviver e algumas, em setores em ascensão, que estão vendo suas demandas aumentarem. 

Sendo assim, existem medidas diferentes para cada um dos casos. Mas, o primeiro conselho dos investidores é sempre olhar para dentro e encontrar formas de reduzir os custos para ter um bom runaway (fôlego de caixa). Seja reduzindo custos fixos, equipe ou gastos com marketing e expansão, por exemplo.

Além disso, é preciso ter uma boa comunicação com o seu board e falar abertamente sobre o seu novo plano de negócios para conseguir apoio.

O pilar principal desse relacionamento é a gestão da confiança, empreendedores e investidores precisam compartilhar dos mesmos valores e ter uma grande abertura para a comunicação, ainda mais  em um momento em que não há contato humano. 

Os investidores estão conservadores, mas também estão olhando para os setores em ascensão e analisando como estão performando e como irão continuar sendo valiosos no pós crise. 

Para empresas que oferecem serviços digitais, é preciso aproveitar a oportunidade que a situação está dando para trabalhar com a aquisição de clientes. Por exemplo, telemedicina precisará continuar provando valor após a pandemia, assim como plataformas que ensinam línguas.

Por outro lado, nem tudo está perdido. É provável que alguns investidores estejam em busca de novas empresas, então, então, provavelmente, eles olharão para aquelas que estiverem performando melhor e com mais oportunidades. 

Como será o pós crise 

Nós vamos continuar uma transformação digital que começou na década passada. Em 10 anos, nós vamos acelerar a caminhada para essa direção.

“O novo normal trará mais oportunidades para a vida digital. Talvez essa crise tenha apenas acelerado, ainda mais, um caminho que a gente faria em cinco ou dez anos. Por isso, as experiências offlines serão desafiadas a provar valor quando tudo passar. Se eu fosse um empreendedor e fosse começar um negócio, seria algo dentro dessa onda digital.” (Nico Szekasy)

Lições finais

Esse é o momento de focar no core business, analisar como está a situação do seu negócio, se você está performando bem e como sobreviver por 18 meses. Se você não sabe a curva de demanda, evite tomar decisões mais arriscadas.

Também é o momento ideal para você se aproximar dos seus clientes e pensar em como mudar a operação para criar uma melhor experiência para eles. Não é hora de tentar adquirir novos clientes. Assim, seu negócio consegue emergir da crise com uma série de clientes leais.

Shailesh Rao

“Fiquem focados, continuem acreditando, esse é um teste para todos e vai ter um final. Então, eu sou otimista e vejo o lado cheio do copo. Tenha empatia, fique com seu time e cuide da  sustentabilidade  do seu negócio. Precisamos manter nossa humanidade. O nível alto de humanidade beneficia sua empresa.”

Nicolas Szekasy:

“Eu já vivi várias crises, então sou otimista e sei que vai passar. Então, tenha paciência, seja estrategista. Tem luz no fim do túnel, não sabemos quando, e teremos um mundo cheio de possibilidades. Estou animado, como investidor, para ver o que teremos quando chegar lá.”

Martin Escobari:

“Vai passar, e nós vamos ressurgir depois de uma experiência de quase morte. E retomaremos com o dobro de energia para fazer acontecer como se não houvesse um amanhã. Além disso, é um chamado para sermos solidários em uma situação séria. Tenho certeza de que sairemos mais fortes.”

Se ajudarmos uns aos outros, iremos emergir muito mais fortes.

Fonte: Endeavor Brasil

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